O Gre-Nal é meu!
Discordo texto a seguir apenas quanto ao plural. O Gre-Nal não é "nosso". Ele é meu!
O Gre-Nal é de cada um, individualmente. Cada apaixonado pelo clássico tem uma relação única com o jogo. E é exatamente por isso, que CADA UM desses amantes tem o dever de impedir que se extinga o Gre-Nal como ele é.
Que se deixem os baderneiros de fora.
Que só vá ao clássico, a pessoa de bem!
O Gre-Nal é de cada um, individualmente. Cada apaixonado pelo clássico tem uma relação única com o jogo. E é exatamente por isso, que CADA UM desses amantes tem o dever de impedir que se extinga o Gre-Nal como ele é.
Que se deixem os baderneiros de fora.
Que só vá ao clássico, a pessoa de bem!
Tenho 48 anos e sinto-me na obrigação de falar deste assunto que tem me incomodado tanto ultimamente, quer como amante do Grêmio e do futebol que sou, quer pela minha condição de cidadão que vê, lê, ouve, pensa, analisa e forma suas próprias opiniões. O que também sou.
O mote desse comentário é a sempre crescente violência que cerca nossas torcidas e estádios de futebol e não de hoje. Já faz alguns, muitos anos. Fiz questão de escrever minha idade para que fique claro, a quem interessar possa, que sou testemunha de outros tempos e outras relações entre torcedores de futebol.
Sou de um tempo que as brigas entre torcidas limitavam-se à troca de arremessos de urina. Eu próprio só fui atingido uma única vez (confesso que mais de 10 saquinhos, numa tarde realmente muito infeliz, mas enfim, faz parte né? hehehe). Também nunca briguei. Vi brigas, sim. Mas poucas e a socos. E logo apartadas. Pessoas caídas eram intocáveis. Não havia facas, porretes e bombas nos estádios. Havia, sim, mastros enormes que a gente levava para tremular as bandeiras. Mas que nunca eram usados como armas. Quem o fizesse corria sérios riscos de apanhar. Não do adversário, nem da polícia. Mas de sua própria torcida. Sei lá, penso que as pessoas sentiam-se individualmente responsáveis pela segurança de todos e pela beleza do espetáculo.
Cansei de ir a Gre-Nais com meus amigos. Tanto no Olímpico como no Beira-Rio. À noite, ou de dia. Éramos uns 20 entre colorados e gremistas. Íamos juntos, separávamos-nos no estádio e no final voltávamos todos juntos, a pé, por mais de seis km. E nunca, repito, nunca houve problema. Ah! Nós chegávamos sempre várias horas antes do jogo. Já vi preliminares de mirim, juvenis e juniores no mesmo dia, antes do Gre-Nal de verdade. Duas horas antes do jogo, não entrava mais ninguém por absoluta falta de lugares. Por que será? Respondo: Festa da gente. Festa gaúcha. Ninguém ia pra brigar. E todos queriam ir.
E eu pergunto: em que momento da nossa história isso começou a mudar? Quando mudou? E, principalmente, por que mudou? Não seria o caso de fazer um aprofundamento nas causas e, aí sim, propor e trabalhar por medidas preditivas, preventivas e corretivas adequadas? Será que toda a vez que houver um "rolo" (e cada vez há mais "rolos") nós ficaremos a semana inteira lendo, ouvindo e assistindo ao "jornalismo investigativo", concentrado em descobrir apenas: QUEM FEZ? QUEM É O CULPADO? Será que já não existem órgãos específicos para isso: MP, Polícia, enfim... O resultado tem sido sempre o mesmo. Não sabemos qual é o problema. Mas sabemos quem é o culpado (que não será punido). Sinceramente, SÓ ISSO não tem ajudado muito a solução do problema, não.
Ora, dizem: "é um problema estrutural". Então, mude-se a estrutura. Porque, na boa, quem tem menos de trinta anos não consegue sequer imaginar o que já foi linda a festa de uma verdadeira semana de GRENAL!
Está na hora de todos nós mudarmos o discurso e passarmos a exigir nosso GRE-NAL de volta. Para a festa das torcidas. A Mídia Esportiva, como tambor da sociedade, deve estar na vanguarda desse processo. Agindo com a sensatez e disposição em resolver o problema, aliada ao inegável preparo e competência existente entre a grande maioria de seus profissionais – repórteres e comentaristas –, estarão contribuindo para sua auto-sobrevivência também.
Porque, a continuar a escalada de violência atual, não faltará, em breve, quem pense substituí-los por correspondentes e analistas de guerra. Onde já se viu Gre-Nal sem torcida do adversário? É muita incompetência nossa. Mas a perdurarem as batalhas a que temos assistido ultimamente, é a única e triste solução. Porque nem mesmo um Gre-Nal pode valer o olho, a perna ou os dentes de alguém. Quanto mais a vida.
e-mail: - betomosmann@terra.com.br
O mote desse comentário é a sempre crescente violência que cerca nossas torcidas e estádios de futebol e não de hoje. Já faz alguns, muitos anos. Fiz questão de escrever minha idade para que fique claro, a quem interessar possa, que sou testemunha de outros tempos e outras relações entre torcedores de futebol.
Sou de um tempo que as brigas entre torcidas limitavam-se à troca de arremessos de urina. Eu próprio só fui atingido uma única vez (confesso que mais de 10 saquinhos, numa tarde realmente muito infeliz, mas enfim, faz parte né? hehehe). Também nunca briguei. Vi brigas, sim. Mas poucas e a socos. E logo apartadas. Pessoas caídas eram intocáveis. Não havia facas, porretes e bombas nos estádios. Havia, sim, mastros enormes que a gente levava para tremular as bandeiras. Mas que nunca eram usados como armas. Quem o fizesse corria sérios riscos de apanhar. Não do adversário, nem da polícia. Mas de sua própria torcida. Sei lá, penso que as pessoas sentiam-se individualmente responsáveis pela segurança de todos e pela beleza do espetáculo.
Cansei de ir a Gre-Nais com meus amigos. Tanto no Olímpico como no Beira-Rio. À noite, ou de dia. Éramos uns 20 entre colorados e gremistas. Íamos juntos, separávamos-nos no estádio e no final voltávamos todos juntos, a pé, por mais de seis km. E nunca, repito, nunca houve problema. Ah! Nós chegávamos sempre várias horas antes do jogo. Já vi preliminares de mirim, juvenis e juniores no mesmo dia, antes do Gre-Nal de verdade. Duas horas antes do jogo, não entrava mais ninguém por absoluta falta de lugares. Por que será? Respondo: Festa da gente. Festa gaúcha. Ninguém ia pra brigar. E todos queriam ir.
E eu pergunto: em que momento da nossa história isso começou a mudar? Quando mudou? E, principalmente, por que mudou? Não seria o caso de fazer um aprofundamento nas causas e, aí sim, propor e trabalhar por medidas preditivas, preventivas e corretivas adequadas? Será que toda a vez que houver um "rolo" (e cada vez há mais "rolos") nós ficaremos a semana inteira lendo, ouvindo e assistindo ao "jornalismo investigativo", concentrado em descobrir apenas: QUEM FEZ? QUEM É O CULPADO? Será que já não existem órgãos específicos para isso: MP, Polícia, enfim... O resultado tem sido sempre o mesmo. Não sabemos qual é o problema. Mas sabemos quem é o culpado (que não será punido). Sinceramente, SÓ ISSO não tem ajudado muito a solução do problema, não.
Ora, dizem: "é um problema estrutural". Então, mude-se a estrutura. Porque, na boa, quem tem menos de trinta anos não consegue sequer imaginar o que já foi linda a festa de uma verdadeira semana de GRENAL!
Está na hora de todos nós mudarmos o discurso e passarmos a exigir nosso GRE-NAL de volta. Para a festa das torcidas. A Mídia Esportiva, como tambor da sociedade, deve estar na vanguarda desse processo. Agindo com a sensatez e disposição em resolver o problema, aliada ao inegável preparo e competência existente entre a grande maioria de seus profissionais – repórteres e comentaristas –, estarão contribuindo para sua auto-sobrevivência também.
Porque, a continuar a escalada de violência atual, não faltará, em breve, quem pense substituí-los por correspondentes e analistas de guerra. Onde já se viu Gre-Nal sem torcida do adversário? É muita incompetência nossa. Mas a perdurarem as batalhas a que temos assistido ultimamente, é a única e triste solução. Porque nem mesmo um Gre-Nal pode valer o olho, a perna ou os dentes de alguém. Quanto mais a vida.
e-mail: - betomosmann@terra.com.br
1 Comments:
Eu ja fui em grenal no Beira rio onde o time do gremio ganhou e a torcida do gremio na divisa de grades de ferro fazendo a maior gozaçao e algazarra ,e um colorado sai do meio da torcida do inter que ja estava se retirando , e se une ao do gremio junto a grade e se vira para os proprios colorados e tira o sarro junto , e goza junto com os proprios colorados , isso esta na minha memoria e todos que viam a cena davam rizada juntos, uma das coisas mais lindas que ja vi em um estadio se eu pudesse projetar esse fato de minha memoria muitos iam chorar de emoçao , lindos tempos ;-)
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