quinta-feira, janeiro 10, 2008

Os Mussulmanos e o Ocidente

É só uma intuição, carece de profundidade de estudo, mas tenho (quase) certeza de que o maior problema no diálogo entre o Ocidente e os mussulmanos é que esses últimos temem a possibilidade de haver algo como um "Iluminismo Islâmico". Isso jamais seria permitido no mundo árabe, pois traria consigo, inevitavelmente, um abalo na fé e o crescimento do ateísmo; exatamente como houve no Ocidente. Assim, ao contrário do que se lê e ouve nos meios de comunicação, só seria possível um diálogo com os mussulmanos PELA FÉ, através dos cristãos. Seria um diálogo complicado e difícil, mas, ainda sim, seria algo distinto de um confronto. Tentar conversar com eles, mostrando os benefícios seculares alcançados pela sociedade ocidental, é só jogar mais álcool na fogueira. Não é possível pensar que Bush é odiado nos países árabes por ser religioso. É odiado, pelo contrário, por ser o maior representante do secularismo ocidental, o presidente dos Estados Unidos da América. Afinal, não se jogaram aviões no World Trade Center porque Bush foi eleito presidente.

A impressão que tenho é de o diálogo estar dificultado pelos fundamentalistas de um lado e pelos ateístas de outro. Os dois grupos cuja imagem é a única que o outro lado é capaz de enxergar. No meu entender, uma maior guinada à direita da América seria um passo importante para o processo de paz com o Oriente Médio. O sucesso das ações no Iraque, sendo exemplo de um convívio entre o Islamismo e a Democracia (mesmo que uma democarcia diversa da que se conhece no Ocidente), seria outro. Todavia, os conflitos internos entre os mussulmanos, como demonstram os acontecimentos no Paquistão, ainda provam que o caminho a percorrer é demasiado longo para que se tenha otimismo quanto a uma solução desse problema.