domingo, julho 29, 2007

34% do total de R$ pago em salário no Brasil vem da Administração Direta

Isso é sem contar as estatais. Infelizmente, a Agestado não trouxe dados incluindo a Administração Indireta. Mas, mesmo assim, a notícia traz alguns dados interessantes:

* Os gastos com salário e aposentadoria dos servidores públicos estão consumindo mais de 40% dos tributos pagos pelos brasileiros.

* Comparando com os dados do IBGE para o conjunto da economia, esse número mostra uma incrível realidade do País: de cada R$ 1 de salário formal pago no Brasil, cerca de R$ 0,34 provêm de um patrão da administração pública - prefeito, governador ou o presidente da República.

* Entre 2002 e 2006, o volume de impostos e contribuições recolhidos pelo poder público cresceu 70%, enquanto as despesas de pessoal avançaram 54,3%.

* Os empregados da administração pública, que já ganham duas vezes mais, tiveram aumento real de 19,57% no mesmo período - ou seja, quase 20% a mais do que a inflação.

* O rendimento médio dos empregados do setor privado com carteira assinada cresceu 0,5% acima da inflação, que foi de 37,7%, segundo o IBGE.

* Essa expansão nos gastos com pessoal é puxada pelo custo dos servidores ativos. Enquanto o gasto com servidores inativos cresceu 49,7% nos últimos quatro anos, o gasto com servidores ativos, que receberam reajustes maiores, aumentou 67,1%.

* Outro fator de aumento das despesas de pessoal, segundo o Tesouro, são as sentenças judiciais decorrentes de ações movidas por funcionários públicos, principalmente aqueles que recebem salários mais altos. Esse fenômeno tem chamado cada vez mais a atenção dos especialistas em finanças públicas, que passaram a identificar uma possível "fábrica" de sentenças judiciais em alguns nichos da administração pública - especialmente no Judiciário - para escapar dos limites da Lei Fiscal.

Para ler a íntegra clique aqui.

Esse é o relato de só mais um "câncer" que assola o país. O problema é que, politicamente, ninguém pode defender uma "quimioterapia" sob pena de perder a eleição. Todavia, não vejo escolha para a Direita, o dia em que o Brasil tiver uma. É começar a botar as verdades na mesa e apresentar soluções concretas para os problemas do Estado, mesmo que o resultado seja perda de votos no curto prazo.

Esta farra não durará para sempre. Quando a fórmula esgotar-se, se o trabalho da Oposição for bem feito, o eleitor brasileiro não só levará um choque de realidade, como identificará a solução em quem sempre o alertou das conseqüências. Esse será o momento da vitória nas urnas e das tão necessárias reformas.

Hoje, não tenho a menor esperança de que isso poderá ocorrer.