Como Não Fazer Jornalismo
É comovente o esforço de muitos para que a vida na Terra seja mais agradável a todos e/ou que o Brasil, finalmente, progrida de forma a alçar-se à condição de país do Primeiro Mundo. O problema é quando o noticiário, ao invés de transmitir os fatos e colocar sua opinião, passe a torcer implicitamente.
Os jornais brasileiros vêm dando aula de não-jornalismo na cobertura do aquecimento global e do governo federal. Não é segredo para ninguém que sou oposição em ambos os casos, mas não é dos fatos que quero debater, mas a forma como os veículos de comunicação informam seus consumidores.
Exemplo disso é a edição de Zero Hora e um jornal da Globo (não me lembro, acho que o “Jornal Hoje”) após o documento produzido por especialistas sobre o aquecimento global. O Zero Hora mistura fatos com opinião sem jamais distingui-los durante toda a matéria, em frases mais ou menos assim: “É fato incontestável que a temperatura da Terra vem aumentando. A culpa é do homem.” Note-se que a segunda oração não é fato incontestável, caso contrário apresentaria alguma ligação com a primeira, tipo “são fatos incontestáveis que a temperatura da Terra vem aumentando e a culpa é do homem.” O Zero Hora apenas desejou dar um caráter de incontestabilidade à culpa humana no aquecimento global, como forma de apoiar as medidas a serem tomadas.
Já a Globo saiu-se com uma pérola semelhante. A âncora apresentou a notícia, passou-se a matéria e, na volta, a mesma apresentadora arremata algo como: “Isso que o documento afastou cenários ainda piores para permitir o consenso entre os especialistas. Há previsões que a Terra esquentará ainda mais.” Ora, para permitir-se o consenso deve-se presumir que houve concessões de todas as partes e que cenários melhores, em que a Terra para de esquentar ou aquece menos, também foram descartados!
O mesmo vale para cobertura do governo federal. Prestem atenção. Uma declaração qualquer do presidente Lula ou de ministro de Estado vem seguida de ou precedida por uma informação sobre algum dado positivo do país. Mesmo que não haja relação entre eles. Com isso, consegue-se o efeito de que o homem está trabalhando e isso torna a vida dos brasileiros melhor.
É por isso que não se pode ler, ouvir ou assistir QUALQUER JORNAL e assimilar as notícias sem qualquer senso crítico.
7 Comments:
Eu estou preocupadíssimo. Continuando assim, vão desaparecer Recife e João Pessoa da face da Terra. Moro na beira-mar, estou lascado! Sancho, você perderá seu querido amigo esquerdista, afogado numa onda gigante!
Escreverei ao Greenpeace pedindo conselhos...
Capaz de cobrarem pelo conselho...
Descobriste meu segredo. Porto Alegre terá praia de mar...
eheheehh. tá boa essa. realmente tá demais a cobertura da imprensa aos fatos mundiais sancho. o negócio é ter senso crítico que, infelizmente, é coisa para poucos. abraco, porto.
pois eu sou a favor do aquecimento global. sempre tive vontade de ver uma sueca peladinha. tá chegando a hora! estocolmo será ipanema!
Eu só queria que me repondenssem: qual a garantia que se voltássemos para as cavernas, haveria um resfriamento do planeta? Paro de incomodar no ato...
Quanto a imprensa, sempre foi assim. Todas dependem do governo. São concessões e dependem de verba pública para se manter. Não há liberdade...
Obrigado por Blog intiresny
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