Acorrentado pelo destino que me deixou distante
Preso a uma vida seca, escura, incapaz de sonhar
A percorrer caminhos infelizes de trilhas errantes
Condenado, perdido, marcado. Sem ter como lutar.
O vento gelado do inverno corta fundo minh’alma.
Lembrando a marca que deixaste e não cicatrizou.
A chuva fina cai e congela meu corpo, com calma.
Sádica, só veio a recordar o mau que me enfeitiçou.
Quando tudo isso passa, é a tristeza que fica, só ela.
Com as lembranças do dia em que havia um sentido.
Para a vida. Com a tua presença, a pintar aquarelas.
O teu sorriso era a força para meu coração falido.
O mundo não se movia quando estava contigo.
Eras quem o movia, ao sabor das tuas vontades.
Hoje, descontrolada. A Terra sem rumo, castigo.
A maltratar paixões e amores, sem ter piedade.
A solução é a tua volta. Mas, onde estás, bandida?
Ah! Sorrindo, vivendo, condenando outro alguém?
Sem ao menos pensar em mim, em curar a ferida.
Que deixaste aberta e sofrida. Com saudades, também?
Me faltam teus olhos, minhas estrelas-guias.
Preciso tua boca, tua força em teus beijos
Me envolver em teu corpo e esquentar minha vida
Teu calor é a segurança que quero em batalha
Nessa luta diária que é resistir e viver, ser feliz
Acordar de manhã e saber que é a tua voz que diz:
“Vencedor é o homem que erra, que sabe que falha;
Mas que levanta quando cai, e mantém, sempre erguida,
A cabeça apontada em direção aos seus desejos.
Arranca as correntes e luta, mesmo nas noites mais frias”.