quarta-feira, novembro 29, 2006

Volta aos trabalhos

Após um breve recesso, estive em Alegrete - nem me perguntes onde fica - e não pude postar nada, estou de volta. Nesse meio tempo de ausência, até votei para presidente da OAB/RS. Ou melhor, fui compelido a isso - o voto é obrigatório. Assim como é obrigatório, para exercer a profissão, pertencer aos quadros da Ordem; mas isso é assunto para outra mensagem.

As chapas possuiam todas propostas semelhantes. Isso é que dá "defender os interesses" de uma categoria! Todos achando que poderiam cumpri-las "melhor" que os outros. Como a Ordem preocupa-se mais com qualquer coisa do que facilitar a vida de todos advogados e - por que não? - clientes, tudo pareceu-me superficial demais. Insosso. Sem sentido. E eu nem pude ficar em casa.

O voto é obrigatório porque para votar os advogados precisam estar quites com a OAB. Quem não for votar, recebe multa. Quem for votar, tem que pagar. E assim a OAB sobrevive...

segunda-feira, novembro 27, 2006

Celso Daniel

Sensacional a declaração de promotor de Justiça se Santo André, Sr. Roberto Wider Filho. Ele afirma que não houve crime político no assassinato de Celso Daniel: "... a motivação foi crime comum, que Daniel foi morto por um desarranjo de uma quadrilha da qual o próprio prefeito participava".

Ora, mas tal quadrilha roubava o quê? Até onde se saiba, havia desvios de recursos públicos com objetivo de financiar campanhas do PT. O prefeito participava por ser prefeito; o dinheiro deveria ir aos cofres do partido do prefeito. E o promotor diz que não houve motivação política?!

Sinceramente, não sei se sou eu ou o mundo que está ficando idiota...

P.S.: A matéria com a declaração está publicada na Folha de São Paulo, de 27 de novembro de 2006.

domingo, novembro 26, 2006

Futebol

Quem visitar este espaço, lerá muito sobre o bom e velho ludopédio. Desculpa-me, é vício.

Sou gremista. E neste 26/11, em vez de comemorar a vaga à fase de grupos da Libertadores, vou desabafar. Combina melhor comigo.

As declarações saídas do Departamento de Futebol do Grêmio nestas últimas semanas são tremendamente preocupantes. Será possível que não aprenderam com o que houve nos passados anos?

Terminamos, agora, 2006, com 10 jogadores sem contrato válido para o ano que vem e classificados para a Libertadores. Todos esses atletas estão devidamente valorizados. Em 2002, ocorreu o mesmo fato.

Em 2003, apostamos num time caro e competitivo, além da capacidade financeira do clube. Fomos eliminados na Libertadores por uma fatalidade e ficamos com as despesas e sem receita. Os salários passaram a atrasar, o time afundou e, por milagre, escapamos de um rebaixamento que se concretizou no ano seguinte.

Em 2005, vimo-nos com cinco jogadores no elenco de profissionais, na Série B do campeonato nacional e completamente endividados. Com um trabalho sério e um pouco de - ou muita, mesmo - sorte, voltamos à Série A.

Neste ano, com alguns acréscimos de qualidade e algumas apostas fomos campeões estaduais e fizemos um brilhante campeonato nacional. Como recompensa, voltamos ao cenário d'além-fronteiras.

Mas, por favor, é prêmio! Não é obrigação.

A obrigação de qualquer time do Grêmio NÃO é a conquista de títulos. É dar o sangue e a alma a cada 90 minutos (mais prorrogação e pênaltis, se for o caso). Espero que as tentações de 2003 NÃO se repitam. Que os dirigentes tricolores não se empolguem; não dêem um passo além do possível.

O ano de 2007 deve seguir dentro da linha de trabalho dos dois últimos anos. Deve-se reconstruir uma equipe, mesmo que custe o preço de parecer menos competitivos quanto nossos corações desejariam. Mas, quem diria que o Grêmio pudesse chegar tão longe este ano?! E quem disse que, seguindo o mesmo trabalho, não é possível surpreender no ano que vem, mantendo a mesma política?

Ainda NÃO se saiu da crise. A época ainda é de contenção. Nos gastos. Não na raça, na vontade, no suor e no amor pelo clube e pela feiticeira camisa tricolor.

Bruxa de Portobello

Não li o livro e, provavelmente, nem o lerei. O que me chamou mesmo à atenção é a propaganda desta obra do Paulo Coelho veiculada nas rádios.

Na tentativa de fazer com que o ouvinte fique curioso diante da figura misteriosa da feiticeira, a narradora fala:

- Virgem? ... Ou santa? ... Ou mártir? ... Ou louca?

Reparaste que tais qualidades NÃO são excludentes entre si? Para que esse "ou"? Se ela é tudo isso, fim do mistério. Poupa-te, portanto. A basear-se pela promoção, nem é preciso ler o livro.

É um verdadeiro "gol contra" da agência de publicidade.

Anfang

Vasculhar-se é uma tarefa das mais árduas. Porém, por mais inglória que pareça - ao menos para mim -, é necessária. Há anos que guardo sentimentos, pensamentos em recantos sombrios. Há um verdadeiro universo desconhecido submerso dentro de mim. Já passou da hora de saber o que há escondido no negro profundo de minha alma. Escrevo aqui para conhecer-me melhor. Sei que nem sempre vou gostar do que encontrar, mas creio que, ao fim, o preço pago será irrisório diante da obra completa.

Peço àqueles que me amam e que querem acompanhar-me: tenham perseverança no caminho. Ao fim, estou certo, não nos arrependeremos.

Boa viagem!