quarta-feira, fevereiro 28, 2007

A bufar...

Mano Menezes apanhou de mim duas vezes consecutivas. A primeira está abaixo, pelo péssimo futebol dos reservas em Cachoeira do Sul, fruto do desentrosamento e de uma escalação capenga. A outra, pelo jogo de ontem, está no Mundo Esportivo - Gre-Nal.

Sempre fui fã desse treinador, mas essas escorregadelas me preocupam. Entretanto, sigo confiante na capacidade do Mano Menezes de aprender com seus próprios erros.
Nada está perdido!

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Fim dos 100%

O excesso de zelo do Grêmio, ontem, em Cachoeira do Sul foi o maior responsável pelos primeiros pontos perdidos na temporada.

Além de poupar os onze titulares, Mano ainda deixou de fora dois reservas - B. Telles e Ramon. Havia três segundo-reservas em campo! O resultado foi uma equipe, além de desentrosada, mal posta taticamente. Só serviu para queimar os nossos guris.

O time que empatou em 1 a 1 contra o G.E. São José foi: Galatto; Jucemar, W. Thiego, Pereira e Teco; Nunes, Sandro, W. Antunes e Adílson (Itaqui); Aloísio e Éverton.

No gol, Galatto não foi exigido. Sofreu um gol de pênalti, que não foi, mas qualquer juiz daria. A bola bateu no braço do Pereira, ele não tinha intensão, como manda a regra. Mas, a bem da verdade, o braço dele não deveria estar ali, atrapalhando a jogada...

Na defesa, havia dois terceiro reserva: W. Thiego (não relacionado na Libertadores) e Teco, este como lateral-esquerdo. O resultado foi muito desentrosamento; Teco inutilizado, sem saber apoiar e sem ter a quem marcar. Para complementar, Jucemar jogou abaixo da crítica. Com três centrais em campo, mesmo que com Teco deslocado, poderia ter se soltado mais. Como Nunes jogou de cabeça-de-área, fixo à frante da zaga, isto significa que o Grêmio jogou com 4 jogadores fixos atrás CONTRA O PIOR ATAQUE DO ESTADUAL! E ainda levou um gol...

No meio, jogaram quatro volantes. Nunes, Sandro, W. Antunes e Adílson. Além de Nunes, plantado, Sandro e W. Antunes têm como maior característica a marcação. De Adílson pouco se viu, pois saiu contundido aos 20' do 1º tempo. Em seu lugar, entrou Itaqui (não relacionado na Libertadores), irmão daquele Itaqui que jogou no Grêmio ao final da década de 90. O guri, originalmente lateral, pode jogar de meia; foi um dos melhores do time em campo.

Na frente, pouco se viu, pois pouco a bola chegou. Mesmo assim, Aloísio conseguiu empatar a partida.

O gramado era ruim e fazia muito calor, mas isso não é desculpa. Não faltou só futebol ao Grêmio, mas um tesão maior para vencer a partida. Mano ficou insatisfeito com o rendimento do time, mas ele começou-o escalando mal. Ele deu o recado do que ele queria e os jogadores lhe entregaram o empate.

Justo!

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Como Não Fazer Jornalismo

É comovente o esforço de muitos para que a vida na Terra seja mais agradável a todos e/ou que o Brasil, finalmente, progrida de forma a alçar-se à condição de país do Primeiro Mundo. O problema é quando o noticiário, ao invés de transmitir os fatos e colocar sua opinião, passe a torcer implicitamente.

Os jornais brasileiros vêm dando aula de não-jornalismo na cobertura do aquecimento global e do governo federal. Não é segredo para ninguém que sou oposição em ambos os casos, mas não é dos fatos que quero debater, mas a forma como os veículos de comunicação informam seus consumidores.
Exemplo disso é a edição de Zero Hora e um jornal da Globo (não me lembro, acho que o “Jornal Hoje”) após o documento produzido por especialistas sobre o aquecimento global. O Zero Hora mistura fatos com opinião sem jamais distingui-los durante toda a matéria, em frases mais ou menos assim: “É fato incontestável que a temperatura da Terra vem aumentando. A culpa é do homem.” Note-se que a segunda oração não é fato incontestável, caso contrário apresentaria alguma ligação com a primeira, tipo “são fatos incontestáveis que a temperatura da Terra vem aumentando e a culpa é do homem.” O Zero Hora apenas desejou dar um caráter de incontestabilidade à culpa humana no aquecimento global, como forma de apoiar as medidas a serem tomadas.
Já a Globo saiu-se com uma pérola semelhante. A âncora apresentou a notícia, passou-se a matéria e, na volta, a mesma apresentadora arremata algo como: “Isso que o documento afastou cenários ainda piores para permitir o consenso entre os especialistas. Há previsões que a Terra esquentará ainda mais.” Ora, para permitir-se o consenso deve-se presumir que houve concessões de todas as partes e que cenários melhores, em que a Terra para de esquentar ou aquece menos, também foram descartados!
O mesmo vale para cobertura do governo federal. Prestem atenção. Uma declaração qualquer do presidente Lula ou de ministro de Estado vem seguida de ou precedida por uma informação sobre algum dado positivo do país. Mesmo que não haja relação entre eles. Com isso, consegue-se o efeito de que o homem está trabalhando e isso torna a vida dos brasileiros melhor.
É por isso que não se pode ler, ouvir ou assistir QUALQUER JORNAL e assimilar as notícias sem qualquer senso crítico.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Feliz Ano Novo!

A exemplo da China, o ano brasileiro também não corresponde ao calendário gregoriano. Não faço a menor idéia qual seja o ano em que estamos, só sei que nosso calendário tem seu dia "1°" na terça-feira de Carnaval. E o seu último na véspera de Natal. No período entre festas, nada acontece.

Perguntem ao presidente...

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

A Guerra no Iraque

Quem quer que diga que há uma guerra envolvendo Estados Unidos e Iraque no presente momento está enganado ou mentindo. O conflito entre os dois países terminou com a derrubada do regime ditatorial de Saddam Hussein, a promulgação de uma nova Constituição e a posse do novo governo eleito. Em resumo, os americanos venceram a guerra contra o Iraque de forma contundente e com poucas baixas.

O que existe no presente momento são decorrências daquele conflito. Como muitos temiam, a liberdade e a democracia não são suficientes para garantir a paz. A ditadura anterior utilizava-se da opressão e do terror para a manutenção da paz. Agora, grupos inimigos lutam pela supremacia do país. O exército americano se vê em meio a uma guerra civil, interna, em que iraquianos matam iraquianos. Os antigos opressores querem o poder de volta; os antigos oprimidos querem vingança.

Muitos afirmam que o problema do Iraque é ser um país criado artificialmente, com vários grupos étnicos e religiosos forçosamente colocados sob uma mesma bandeira. Isso pode ser uma agravante, mas jamais a causa desses problemas. Caso contrário, como justificar que tal fórmula tenha dado certo nas Américas? Ainda, dividir o Iraque em três países distintos não seria suficiente para conter os ânimos de sunitas e xiitas, desconsideraria a existência de outras minorias e levaria o conflito para a Turquia, que possui soberania sobre parte do Curdistão. Logo, a separação não é uma opção.

O sucesso do Iraque é desinteressante para os países vizinhos, a exceção do Quaite e de Israel. Tanto a Síria sunita quanto o Irã xiita não desejam ver um país em que ambos os grupos convivam em paz – e em harmonia com os Estados Unidos! Esses países financiam as milícias combatentes internas do Iraque, enviam pessoal, fornecem equipamento, prestam treinamento. São hoje o principal empecilho para a consolidação do novo Iraque.

Os Estados Unidos não podem sair do Iraque, apesar de não serem parte do conflito. Afinal, foram eles que “destruíram a represa” e liberaram as forças nela contidas. Até o “rio” retomar seu curso natural, sua força arrastará o que encontrar pela frente. Cabe aos gringos ordenar a correnteza e preparar o leito com os menores efeitos colaterais possíveis. As frágeis e recentes instituições iraquianas são incapazes de realizar esse serviço.

Para que o conflito surta o efeito desejado as tropas americanas e da coalisão devem permanecer por lá. Afinal, um Iraque livre e democrático é o começo para um convívio pacífico entre o Ocidente, leia-se Europa e Estados Unidos (principalmente os Estados Unidos), e o Oriente árabe (e os muçulmanos).

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Como se a culpa fosse só dos clubes...

Episódios como os envolvendo as contratações de Jorge Wagner e Christian por São Paulo e Internacional, respectivamente, trazem consigo manifestações contrárias às atitudes dos clubes; que esses teriam “se atravessado” na negociação. Ocorre que o problema não está no “atravessamento”. Afinal, não se pode condenar o interesse de qualquer clube no futebol dos atletas citados. A questão aqui é outra.

Sobre o caso do Jorge Wagner sabe-se apenas o pouco que saiu nos jornais, pelo que é difícil falar sobre o que efetivamente aconteceu. Mas se é verdade que já havia aceito a proposta do Grêmio, concordar com os termos apresentados pelo São Paulo seria uma enorme demonstração de falta de caráter. Não interessa que eram mais vantajosos, deve-se respeitar a palavra empenhada porque a proposta do Grêmio lhe era conveniente, no mínimo! A resposta deveria ser “Lamento, a proposta é tentadora, mas já me acertei com outro” e ponto final.

Já o caso de Christian é ainda pior. O que ele fez é imperdoável. Acabara de acertar por apenas seis meses com o Corinthians, era titular e vinha marcando gols. Quando o Internacional acenou com um contrato de dois anos, o que ele deveria ter feito era, simplesmente, pedir para que o clube voltasse a entrar em contato com ele em julho, pois recém assinara com o time paulista.

Nesses casos, o que se deve lamentar não é ação dos clubes, mas a reação dos futebolistas. Mas São Paulo e Internacional que se cuidem. Eles são como a mulher que dá em cima de homem comprometido, conquista-o, e depois reclama que foi trocada por outra. Estão avisados que, pelo menos para esses jogadores, contrato assinado ou palavra empenhada nada valem.

Podem dizer que estou escrevendo apenas porque o Grêmio perdeu J. Wagner e o Christian agora é do Internacional, mas poderia ser o contrário e a minha opinião manter-se-ia. É possível que ambos os jogadores correspondam às expectativas nos novos clubes, como o homem do exemplo pode não trocar de mulher, mas nunca se terá certeza se estarão disponíveis para o jogo seguinte. Haveria uma atenuante, caso os atletas tivessem comunicado os contratantes das propostas recebidas e perguntado se havia como negociar melhor as bases anteriormente combinadas. Parece que nem isso ocorreu...

P.S.: Este texto foi escrito antes da notícia de que, em realidade, o Christian se ofereceu ao Internacional. Isso isenta o clube de qualquer responsabilidade e confirma a total falta de caráter do atleta...

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Educação

A “revolução doce” da Educação, proposta pelo anticandidato a presidência da República, professor Cristóvam Buarque, foi adotada por muitos intelectuais descontentes com o governo Lula. Citam, como exemplos de sucesso, os casos da Irlanda e da Finlândia e clamam para que o Brasil passe por processo semelhante.

Todavia, olvidam-se, os doutos seguidores dessa idéia, de uma série de particularidades existentes no país. As diferenças entre o Brasil e Irlanda e Finlândia são auto-evidentes – tamanho, população, localização geográfica, desigualdade social, etc. – e já são suficientes para demonstrar a incompatibilidade de modelos, mas, há uma diferença ainda pior e fundamental: não se sabe na História daqueles países que o título fosse mais importante que o próprio conhecimento.

Essa é a realidade brasileira.

Apenas aprimorar o sistema educacional existente no Brasil, somente passar a priorizar a Educação como política pública, seria agravar o problema, não o solucionar. Afinal, a atual demanda não é por pessoas portadoras de conhecimento ou capazes de gerar conhecimento, mas por “doutores”. O que se quer são pessoas formadas. Não importa o quanto se sabe ou o que se sabe, mas se tem o Ensino Básico, se tem o Ensino Médio, se tem o Ensino Superior, se tem Pós-Graduação. A real demanda brasileira é por ensino oficial, não por educação! O que se propõe de solução para o país é mais ensino oficial e não educação. O que se chama de educação não é conhecimento, mas ensino oficial!

Dados como “crianças na Escola”, “média de anos de estudo” e “repetência” não medem conhecimento, mas são os indicadores de sucesso de política pública educacional. São os balizadores da “educação” nacional. E enquanto for esse tipo de número o que efetivamente importa, jamais solucionaremos o problema brasileiro de falta de produção de saber.

Por isso, antes de defender essa tal de “revolução doce”, deve-se perguntar: Educação para quê? Educação como?

Recomeçando!

Após as férias, volto com tudo.