É o Boca.
Segundo posso ouvir e ler, aqui e acolá, não importa, pode-se resumir no seguinte:
historicamente, o Boca sempre cresce em partidas decisivas e o Grêmio sempre amarela; o Boca pode sofrer, jogar mal, mas sempre consegue o resultado que busca; o time do Grêmio joga mal fora de casa e vai sofrer em "La Bombonera"..
Bunas, o que se podedizer contra isso? Só me resta concordar. Afinal, não temos títulos! Aliás, nós nunca nos demos bem em competições mata-mata. E, para piorar, o Boca é sempre campeão. Jamais seria capaz de perder um campeonato, principalmente num em que precisasse apenas de um ponto em três jogos... Como no Apertura do ano passado, em que entregou o título para o Estudantes de forma grotesca!
Aliás, o Boca sequer disputou a Libertadores de 2.006. Isso que o Campeonato Argentino dipõe de CINCO vagas e tem dificuldade similar a um Paulistão!
Na realidade, o Boca é tão inconstante quanto o Grêmio. Tivesse o Boca feito 3×0 no Cúcuta no primeiro jogo e perdido por 3×1 na Colômbia ontem, todos estariam falando do baile que os argentinos tomaram e o quanto foi dura a classificação. Foi o que aconteceu com o Grêmio.
Na primeira partida da semifinal, no Olímpico, não só o Santos, mas até um combinado Chelsea-ManU teria saído justa e impiedosamente derrotado. Fosse esse o jogo da volta e a impressão seria de que não haveria como o Grêmio perder o título para o Boca.
A campanha do Boca não é capaz de assustar ninguém: no Argentino, perdeu para o Cólon de Santa Fé; tomou 3 do São Lourenço na Bombonera; e empatou com o Racing, o Rosário Central, o Arsenal e o River em casa; na Libertadores, tropeçou diante do Libertad (certo que buscou no Paraguai); suou para vencer o Cienciano; terminou em segundo do grupo na 1ª Fase; e tomou um vareio do Vélez no segundo jogo das oitavas (se não fosse o Caranta, o Velez tinha dado volta no resultado).
Nem por isso é "favas contadas". O time é bom, está na final, é difícil e tal. Mas não é nem metade do que se está pensando. A vantagem, se há, é bem menor do que se imagina… Caso contrário, que se dê a taça aos portenhos logo de uma vez.
O problema de análise são basicamente dois: primeiro, está na retina uma grande atuação do Boca e uma média do Grêmio; e, segundo, há a mística do Boca, principlamente por ser de fora e ter dominado o cenário sul-americano no começo da década. Mas, sinceramente, a final do Gauchão do ano passado teve um grau de dificuldade semelhante, se não maior, e vencemos. As chances são de 50% para cada um.
Faltam só dois jogos. Acreditemos!